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Palavras de um louco
Marco Britto
Esqueçais minhas palavras,
amada!
Imploro-te!
Não lhes dê atenção,
e fingis que elas não existem,
que jamais existiram,
e que nunca passaram
de devaneios.
Ou então as considerais loucas,
insanas e dementes.
Pois é o que são, digo-lhe:
são palavras loucas e insanas,
Acredite-me!
Vós podeis pensar
no quanto estava eu
louco e embriagado
ao usar tais palavras.
Mas não as usei,
não as proferi,
Foram elas que arranharam
minha alma e
saltaram do peito.
Rebeldes e insensatas
é o que são!
Insurrectas palavras
a dar forma a sentimentos
que não lhe são seus,
onde já se viu?
Ficai, amada,
não se vá,
ouçais meu grito
desesperado!
Acreditais em mim
e considerais
todas as palavras
indignas e mentirosas
se esta verdade a pôr
distante do meu coração.
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
O poeta baiano Marco Britto publicou este poema no Site Anjos de Prata em 2006. Encantou-me a dor quase palpável da paixão no poema! Ao reler, "incorporei" a musa e repliquei:
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxx
Direito de Resposta
Discordo de ti amado, mas
Atenderei ao teu pedido:
Fingirei que não ouvi as palavras
De amor que foram ditas por ti.
Não mais lerei nas entrelinhas,
Nem acreditarei no que meus olhos
Captaram dos teus.
Não mais esperarei a carta que jamais escrevestes,
Confirmando tua paixão pela vida,
Por poesia, por metáforas
E por mim.
E, se queres, amado
Proibo-me de sonhar contigo!
Proibo-me de desejar ser tua,
Fantasiar o calor do teu corpo,
O afago nos cabelos,
O beijo desenhado em tua boca.
Dizei-me: o que achas que farei
Com a lembrança de teu sorriso?
Do teu olhar reconhecendo-me,
Acariciando minha pele?
Acaso pensas que só a ti
Visitam a embriaguês e a loucura?
Porém, não me culpes
Por teus desatinos, pois o meu
Já é de bom tamanho.
Peço-te, não me exijas o esquecimento.
Não me proponha a loucura de desistir
Do que não vivemos.
E não ouses negar
Que nossas almas são irmãs.
Queiras ou não,
O que sentimos
Já se eternizou
Em poesia.
Edna Lopes
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxxxxx xxxxxxxxxxxxxxxxx
Obrigada, Poeta! o poema é de quem o lê e se encanta por ele. Beijo.
"A palavra é metade de quem escreve e metade de quem lê."
Luis Costa Lima, ensaista e professor, no filme documentário DRUMMOND, O POETA DAS SETE FACES.
Marco Britto
Esqueçais minhas palavras,
amada!
Imploro-te!
Não lhes dê atenção,
e fingis que elas não existem,
que jamais existiram,
e que nunca passaram
de devaneios.
Ou então as considerais loucas,
insanas e dementes.
Pois é o que são, digo-lhe:
são palavras loucas e insanas,
Acredite-me!
Vós podeis pensar
no quanto estava eu
louco e embriagado
ao usar tais palavras.
Mas não as usei,
não as proferi,
Foram elas que arranharam
minha alma e
saltaram do peito.
Rebeldes e insensatas
é o que são!
Insurrectas palavras
a dar forma a sentimentos
que não lhe são seus,
onde já se viu?
Ficai, amada,
não se vá,
ouçais meu grito
desesperado!
Acreditais em mim
e considerais
todas as palavras
indignas e mentirosas
se esta verdade a pôr
distante do meu coração.
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O poeta baiano Marco Britto publicou este poema no Site Anjos de Prata em 2006. Encantou-me a dor quase palpável da paixão no poema! Ao reler, "incorporei" a musa e repliquei:
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Direito de Resposta
Discordo de ti amado, mas
Atenderei ao teu pedido:
Fingirei que não ouvi as palavras
De amor que foram ditas por ti.
Não mais lerei nas entrelinhas,
Nem acreditarei no que meus olhos
Captaram dos teus.
Não mais esperarei a carta que jamais escrevestes,
Confirmando tua paixão pela vida,
Por poesia, por metáforas
E por mim.
E, se queres, amado
Proibo-me de sonhar contigo!
Proibo-me de desejar ser tua,
Fantasiar o calor do teu corpo,
O afago nos cabelos,
O beijo desenhado em tua boca.
Dizei-me: o que achas que farei
Com a lembrança de teu sorriso?
Do teu olhar reconhecendo-me,
Acariciando minha pele?
Acaso pensas que só a ti
Visitam a embriaguês e a loucura?
Porém, não me culpes
Por teus desatinos, pois o meu
Já é de bom tamanho.
Peço-te, não me exijas o esquecimento.
Não me proponha a loucura de desistir
Do que não vivemos.
E não ouses negar
Que nossas almas são irmãs.
Queiras ou não,
O que sentimos
Já se eternizou
Em poesia.
Edna Lopes
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Obrigada, Poeta! o poema é de quem o lê e se encanta por ele. Beijo.
"A palavra é metade de quem escreve e metade de quem lê."
Luis Costa Lima, ensaista e professor, no filme documentário DRUMMOND, O POETA DAS SETE FACES.
EDNA LOPES
Publicado no Recanto das Letras em 13/03/2008
Código do texto: T898714
Código do texto: T898714