sábado, 1 de março de 2008

VELHO, VELHO CHICO *









" Velho Chico vens de Minas


De onde o oculto do mistério se escondeu


Sei que o levas todo em ti Não me ensinas


E eu sou só,eu só,eu só,eu..."


(Caetano Veloso - O Ciúme)




Rio São Francisco


Velho rio que ainda


Acolhe generoso


Quem dele se aproxima





Caminho às margens


E percebo vidas


Toco nos coqueirais


E mergulho na lenda





Deslizo nas dunas,


Aceno aos ribeirinhos e


Imagino histórias.


Observo as lavadeiras


E relembro seus cantos.





Penso no peixe, nas frutas


E no arroz irrigado,


Subsistência do Homem


Que vive do rio e para o rio.





Cumprimento o barqueiro


E o velho pescador de olhar sofrido,


Com a lembrança


Da pujança do rio de outrora.





Sinto, reconheço


A tragédia anunciada


No assoreamento


Do rio que agoniza





Velho, velho Chico


Encanto, saudade e pranto


De quem te sonhou


Crescente e

Te reencontrou

Minguante.





Nas minhas últimas férias, visitei a foz do Rio São Francisco e entristeceu-me a desesperança dos ribeirinhos com a tragédia anunciada do rio agonizante. A eles minha solidariedade irrestrita.


Fotos por Décio Torres disponibilizadas no end http://picasaweb.google.com/ednalnascimento/VelhoVelhoChico



EDNA LOPES
Publicado no Recanto das Letras em 14/02/2008 Código do texto: T859621
**Publicado também no site Anjos de Prata, para o Tema Livre.

Um comentário:

Anônimo disse...

Por favor, gostaria de saber quem é o autor da poesia. Gostaria de usá-la em um caderno educativo sobre recursos hídricos.
Meu nome é Ricardo Silva, meu e-mail é ricardosilva@suape.pe.gov.br